terça-feira, 31 de julho de 2012

CONCEITOS DEMOGRÁFICOS



Acessibilidade   O grau relativo de facilidade com que as pessoas atingem um determinado lugar a partir de outro, expresso em tempo e /ou em custo da deslocação.
Acréscimo populacional   Diferença entre os efetivos populacionais em dois momentos do tempo. O acréscimo populacional é calculado pela adição do saldo natural e do saldo migratório.
Alojamento  Local distinto e independente que, pelo modo como foi construído, reconstruído, ampliado ou transformado, se destina à habitação.
Analfabeto  Indivíduo com 10 ou mais anos que não sabe ler nem escrever, isto é, o indivíduo incapaz de ler e compreender uma frase escrita ou de escrever uma frase completa.
Classe oca  –  Classe etária cujo número de indivíduos é inferior à classe etária anterior e posterior.  As classes ocas traduzem, através de reentrâncias, acontecimentos passados como: a diminuição da natalidade, o aumento da mortalidade, a emigração, guerras, fomes, epidemias.
Crescimento efetivo  –  É um indicador que nos permite saber qual foi o grau de crescimento ou de diminuição da população.
Crescimento natural ou saldo fisiológico -  Diferença entre o nº de nascimentos e o nº de óbitos numa dada população num determinado período de tempo
  CN= N-M
Demografia  Ciência que estuda a população humana, de forma quantitativa e qualitativa.
Dimensão média da família  Quociente entre o número de pessoas residentes em famílias clássicas e o número de famílias clássicas residentes.
Densidade populacional  Relação entre o número de habitantes de uma determinada área e a superfície desse território. Habitualmente é expressa em número de habitantes por quilómetro quadrado).
Den. Pop. = Hab./Km²  
 Nº de habitantes por unidade de superfície
Desempregado (em sentido lato)  Individuo com idade mínima de 15 anos que se encontra sem emprego e que se encontra disponível para trabalhar num trabalho remunerado ou não.
Desempregado (em sentido restrito)  Individuo com idade mínima de 15 anos que se encontra sem emprego, que se encontra disponível para trabalhar num trabalho remunerado ou não e que tenha realizado diligências para encontrar um emprego, nos últimos 30 dias.
Edifício  Construção independente, compreendendo um ou mais alojamentos, divisões ou outros espaços destinados à habitação de pessoas, independentemente da sua afetação principal ser para fins residenciais, agrícolas, comerciais, industriais, culturais u prestação de serviços.
Emigração (E)   Nº de indivíduos que sai de um país ou região num dado período de tempo ou  processo de saída de indivíduos de um país com objetivo de fixação temporária ou definitiva noutro país.
Emigrante - Indivíduo que sai de um país para o outro. No país de entrada é imigrante.
Emigração temporária  –   Fluxo de indivíduos que deixaram o seu país natal por um período igual ou inferior a um ano.
Envelhecimento pela base  –  Percentagem de jovens em relação à população total.
Envelhecimento pelo topo  –  Percentagem de idosos em relação à população total.
Esperança média de vida  –  Número de anos que, em média, uma pessoa  tem probabilidade de viver. Quanto maior for o desenvolvimento do país maiores serão as probabilidades de viver mais anos.
Estrutura etária -  Composição da população por idades e por sexo. É representada por uma pirâmide etária.
Família clássica  Conjunto de indivíduos que residem no mesmo alojamento e que têm relações de parentesco (de direito ou de facto) entre si, podendo ocupar a totalidade ou parte do alojamento. Considera-se também família clássica qualquer pessoa independente que ocupa uma parte ou a totalidade de uma unidade de alojamento.
Família institucional  Conjunto de indivíduos residentes num alojamento colectivo que, independentemente, da relação de parentesco entre si, observam uma disciplina comum, são beneficiárias dos objetivos de uma instituição e são governados por uma entidade interior ou exterior ao grupo.
Grupos etários Grupos de idades: grupo dos jovens até aos 14 anos; grupo dos adultos, dos 15 aos 64 anos e o grupo dos idosos com 65 e mais anos.
Imigração (I)  Nº de indivíduos que entra num país ou região num dado período de tempo ou processo de entrada de estrangeiros num determinado país com o objetivo de fixação temporária ou definitiva.
Imigrante - indivíduo que vem de um país para outro. No país de saída é emigrante.
Imigração permanente  –  Fluxo de indivíduos que deixaram o seu país natal por um período contínuo superior a um ano
 Índice de dependência   Nº de indivíduos com menos de 15 anos e nº de indivíduos com 65 ou mais anos existentes por cada 100 indivíduos entre os 15 e 64 anos de uma dada população.
 ID= (Pop<15 anos+ Pop≥65 anos)/ Pop 15-64 anos *100
Índice de dependência de idosos Nº de indivíduos com menos de 15 anos e nº de indivíduos com 65 ou mais anos existentes por cada 100 indivíduos entre os 15 e 64 anos de uma dada população ou relação entre a população idosa e a população em idade activa, definida habitualmente como o quociente entre o número de pessoas com 65 anos ou mais anos e o número de pessoas com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos.
 IDI=Pop≥65 anos)/ Pop 15-64 anos *100
Índice de dependência de jovens Relação entre a população jovem e a população em idade ativa, definida habitualmente como o quociente entre o número de pessoas entre os 0 e os 14 anos e o número de pessoas com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos.
Índice de dependência total Relação entre a população jovem e idosa (população dependente) e a população em idade activa (adulta), definida habitualmente como o quociente entre o número de pessoas entre os 0 e os 14 anos conjuntamente com as pessoas com 65 anos ou mais anos e o número de pessoas com idades compreendidas entre s 15 e os 64 anos.
Índice de envelhecimento - Nº de indivíduos com 65 ou mais anos que existem por cada 100 indivíduos com menos de 15 anos numa dada população ou Relação entre o número de idosos e o número de jovens.
Nota: os índices de dependência podem também ser expressos em percentagem, isto é, por cada 100 habitantes.
Índice de renovação de gerações  é o número médio de filhos que cada mulher devia ter durante toda a sua vida para que as gerações pudessem ser substituídas . Aparentemente seria de 2, para que, morrendo os país, estes possam ser numericamente substituídos. Contudo, como à nascença há mais rapazes que raparigas (105 rapazes para 100 raparigas), o índice tem que ser de 2,1
Índice sintético de fecundidade– é o número médio de filhos que cada mulher tem durante a sua vida.
Local de residência habitual  Local onde o indivíduo reside com a respectiva família ou detém a maior parte dos seus haveres, independentemente de no momento censitário estar presente ou ausente.
Movimentos migratório deslocação da população de uma determinada área para outra, com objetivo de fixação temporária ou definitiva.
Mortalidade - Número de óbitos que ocorrem num determinado período de tempo, normalmente, um ano e numa determinada região.
Nado-vivo  Produto da fecundação que após a expulsão ou extração completa do corpo materno, independentemente da duração da gravidez, do corte do cordão umbilical e da retenção da placenta, respira ou manifesta sinais de vida, tais como pulsações do coração ou do cordão umbilical ou contrações efetivas de qualquer músculo sujeito à ação da vontade.
Natalidade - Número de nascimentos que ocorrem num determinado período de tempo, normalmente, um ano e numa determinada região.
Nível de instrução  Grau de ensino mais elevado atingido pelo indivíduo, completo ou incompleto.
NUTT Nomenclatura de unidades territoriais.
Óbito  –   Desaparecimento permanente de qualquer sinal de vida em qualquer momento, após o nascimento com vida.
Pirâmides etárias - gráficos de barras que representam a repartição da população por idades e sexos de uma determinada região ou país.
População ativa  Conjunto dos indivíduos que exercem uma profissão remunerada. Consideram-se também activos os indivíduos que estão a cumprir o serviço militar obrigatório e os desempregados.
População empregada População com 15 ou mais anos de idade que desempenha uma atividade económica. Consideram-se população empregada, a população a exercer uma profissão, a fazer formação profissional e que mantêm um vínculo com a entidade empregadora e os militares de carreira.
População inativa  Conjunto de indivíduos, qualquer que seja a sua idade que não são considerados economicamente ativos, isto é, não estão empregados nem desempregados. Consideram-se população inativa os indivíduos com menos de 15 anos, estudantes, domésticos e inválidos.
População presente  Indivíduos que no momento censitário, se encontravam numa unidade de alojamento, mesmo que aí não residam.
População residente  Indivíduos que, independentemente de no momento censitário, estarem presentes ou ausentes numa determinada unidade de alojamento, aí habitam a maior parte do ano ou detinham a totalidade ou a maior parte dos seus haveres.
Qualificação académica  Nível de instrução mais elevado que o indivíduo atingiu no momento censitário.
Racismo  –  é um modo de pensar que defende a superioridade de uma raça em relação a outra.
Recenseamento  – está, em regra geral, associado à contagem oficial e periódica dos indivíduos de um País, ou parte de um País. Ele abrange, no entanto, um leque mais vasto de situações. Assim, pode definir-se recenseamento do seguinte modo:
  • estudo científico de um universo de pessoas, instituições ou objetos físicos com o propósito de adquirir conhecimentos, observando todos os seus elementos, e fazer juízos quantitativos acerca de características importantes desse universo.
  • Para a maioria das pessoas a palavra recenseamento ou censo encontra-se associada à enumeração dos elementos da população de um País. Em Portugal, de dez em dez anos, realiza-se o Recenseamento Geral da População. 
Relação de masculinidade  Quociente entre os efetivos populacionais do sexo masculino e os do sexo feminino (habitualmente expresso por 100 mulheres).
Relação de substituição de gerações –  Relação entre o nº de indivíduos entre os 15 e os 39 anos e o nº de indivíduos entre os 40 e os 64 anos. Se RS <1 as gerações mais novas não têm capacidade de substituir as mais antigas.
RS= Pop 15-39 anos/Pop 40-64 anos
Saldo migratório  – Diferença entre as pessoas que entram e saem de um país. Pode ser positivo, negativo ou nulo.
 SM=I-E
O saldo migratório pode também ser calculado pela diferença entre o acréscimo populacional e o saldo natural.
Saldo natural  –  Diferença entre o número de nados-vivos e o número de óbitos, num dado período de tempo. Pode ser positivo, negativo ou nulo.
  CN= N-M
Sector de atividade económica  Cada um dos três grandes agregados da atividade económica: sector primário, sector secundário e sector terciário.
Situação na profissão  Relação de dependência ou independência de um indivíduo ativo, no exercício da profissão que poderá ser patrão, trabalhador por conta própria, trabalhador familiar não remunerado (que trabalhou pelo menos 15 horas por conta de um familiar sem remuneração regular previamente fixada), trabalhador por conta de outrem, membro ativo de cooperativa (indivíduo ativo, sócio de uma cooperativa de produtores de bens e serviços, e que nela exerça a sua profissão).
Taxa de atividade   Número  de ativos por cada cem habitantes . Esta taxa que permite definir o peso da população ativa sobre o total da população. 
Taxa de analfabetismo Taxa de define o peso que a população com 10 ou mais anos não sabe ler nem escrever sobre a população com 10 ou mais anos.
Taxa de crescimento efectivo  Crescimento real da população durante um ano por cem ou mil habitantes
Taxa de crescimento migratório  –  Saldo migratório durante um certo período de tempo, normalmente o ano, referido à população média desse período.
Taxa de crescimento natural  – Diferença entre a taxa de natalidade e taxa de mortalidade. Expressa-se em permilagem (‰).
Taxa de divórcio  número de divórcios por cada mil habitantes.
Taxa de desemprego  Percentagem de desempregados na população activa. Esta taxa permite definir o peso da população desempregada sobre o total da população ativa.
Taxa de emigração  número de indivíduos que deixaram o seu país natal por cada mil habitantes .
Taxa de fecundidade (Tf)   número total de nados-vivos por cada mil mulheres em idade fértil ( dos 15 aos 49 anos)
Taxa de fertilidade  –  Nº de mulheres em idade de procriar por cada 1000 mulheres de uma dada população.
Taxa de imigração  número de estrangeiros a residir num país por cada mil habitantes.
TxFer = M 15-49 anos/M* 1000
Taxa de mortalidade  –  Óbitos que ocorrem por cada mil habitantes, num determinado período de tempo, normalmente, um ano e numa determinada região. Expressa-se em permilagem (‰).
Taxa de mortalidade infantil ( Tmi)  é o número de óbitos de crianças com menos de um ano por mil nados-vivos, durante um ano. - Esta taxa expressa o número de óbitos de crianças com idade inferior a 1 ano por cada mil nados-vivos.
Taxa de natalidade - Número de nados-vivos ocorrido durante um certo período de tempo, normalmente o ano, referido à população média desse período (habitualmente número de nados-vivos por 1000 habitantes. Expressa-se em permilagem (‰).
Taxa de nupcialidade  é o número médio de casamentos por cada mil habitantes.
Taxa de variação da população - Crescimento percentual da população entre dois momentos (pode ser + ou -)
(Pop. 1 – Pop. 0)/Pop. 0* 100
Terciarização  – Supremacia do sector terciário em relação aos outros sectores de atividade económica preconizada pelo aparecimento de novos serviços, pelo desenvolvimento do comércio, turismo e lazer e pela expansão dos serviços financeiros e dos serviços de educação, saúde e apoio social.
Xenofobia  –  é o sentimento de antipatia pelas pessoas estrangeiras.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Primeira linha de caminho de ferro

A primeira linha de caminho de ferro com tração a vapor para serviço público foi inaugurada em Inglaterra no ano de 1825 entre Stockton e Darlington. Portugal só conheceu o caminho de ferro em 1856; inaugurava-se então o troço de 26 km, entre Lisboa e o Carregado. Antes do serviço férreo de passageiros e mercadorias, tinham já sido usadas vias-férreas em minas da Europa, durante o século XVI. Os carros que circulavam nestas vias eram puxados pelos homens ou por cavalos.Os caminhos de ferro são um sistema de transportes que consiste num rolamento sobre carris metálicos com guia das rodas dos veículos, proporcionando baixa resistência ao avanço e grande segurança de marcha às velocidades praticadas. Tal sistema oferece a possibilidade de atrelar grande número de veículos, formando comboios de elevada capacidade de transporte. Tendo beneficiado da invenção da máquina a vapor, o uso deste meio de transporte generalizou-se, constituindo um elemento fundamental da irrupção económica que teve lugar com a Revolução Industrial.

INVENÇÕES NA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

O Vapor e o Caminho de Ferro (Século XIX)
 Em meados do século XVIII, muitos engenhos e invenções começaram a surgir em Inglaterra, no que toca à agricultura, transportes, indústria, comércio e finanças. Novas patentes foram registadas. A baixa da taxa de juro que coincidia com a expansão dos mercados interno e externo, constituía um estímulo ao progresso. Estas invenções acabaram por se traduzir num aumento do rendimento do consumidor e dos produtos essenciais. As principais novidades técnicas incluíam, entre outras, teares mecânicos, máquinas de fiação e fundição de coque. Todo este processo originou a chamada Revolução Industrial, que se operou, primeiramente, na Inglaterra no século XVIII. Por volta de 1760, em Inglaterra, o setor têxtil algodoeiro conhecia um invento de grande importância: a máquina a vapor, de Watt (1769). A utilização desta nova fonte de energia tornou possível a substituição do "domestic system" pelo "factory system", isto é, o carácter da indústria modificou-se: a fiação passou a fazer-se, na sua maior parte, em estabelecimentos fabris e não em pequenas oficinas artesanais. É evidente que tudo isto teve sérias repercussões: por exemplo, os tecelãos rurais, ao verem o seu trabalho e receitas aumentados, abandonaram os campos e passaram a concentrar-se nas cidades. A invenção e constante aperfeiçoamento da máquina a vapor permitiu também o aumento da produtividade e custos reduzidos. A velocidade de rotação da máquina a vapor e o baixo custo da energia transformaram esta máquina num engenho de alta rendibilidade, a qual se tornou no símbolo da Revolução Industrial. Inicialmente utilizada na bombagem de minas, a partir de 1785 passou a ser utilizada nas indústrias algodoeira e metalúrgica. Embora a difusão da máquina a vapor fora da Inglaterra fosse incipiente, já se encontravam, nos começos do século XIX, no continente algumas unidades fabris com máquinas a vapor. A partir de 1840-50, a máquina a vapor conheceu novos aperfeiçoamentos e foi adotada em todos os países em fase de industrialização. Com a utilização do vapor, também a indústria siderúrgica se transformou, resolvendo os problemas da imigração e dispersão, devido às grandes concentrações fabris em locais rurais, quase sempre onde se produzia o carvão e o ferro. Para além da sua aplicação à indústria têxtil algodoeira, a máquina a vapor continuava a ser utilizada no transporte nas minas. A partir de 1760, tanto em França como em Inglaterra, os inventores tentaram descobrir o melhor meio para adaptar a máquina a vapor aos transportes. Assim, em 1803 surgiu uma locomotiva a vapor construída por Richard Trevithick (1771-1833), e que fez várias viagens pelas ruas de Londres. Porém, essas ruas mostraram-se impróprias para o tráfego de locomotivas, pelo que a experiência não surtiu efeito. A exploração dos caminhos de ferro está na origem do desenvolvimento de sistemas técnicos muito importantes no século XIX. Por exemplo, a partir de 1870, são adotados o carril de aço, a sinalização elétrica, o freio de ar comprimido, a manutenção hidráulica entre outros inventos que fazem do caminho de ferro uma das fontes de inovação do século XIX. Em 1814, William Hadley inventou a sua locomotiva a vapor Puffing Billy, que provou ser possível fazer aderir a locomotiva aos "rails". Nasceu, assim, o caminho de ferro. George Stephenson (1781-1848) viria a melhorar a locomotiva a vapor sobre carris, utilizada pela primeira vez nos transportes em 1829 e que ficou conhecida como "Rocket". A construção do caminho de ferro entre Liverpool e Manchester, associado à locomotiva, acabou por demonstrar as potencialidades do transporte a motor. No fundo, a locomotiva a vapor revelava-se o mais importante invento da revolução tecnológica. Os seus efeitos não só na vida económica inglesa como no resto do mundo foram profundos. Assim, os transportes terrestres sofreram um aumento significativo. Na segunda metade do século XIX, a indústria reestruturou-se adotando novos processos de produção e organização. A partir de 1860, entra-se numa nova fase caracterizada pela substituição do ferro pelo aço, do vapor pela eletricidade e pelo petróleo como principais fontes de energia; dá-se também um desenvolvimento da automatização das máquinas e da especialização do trabalho; a usar ligas de metais leves e novos produtos da química industrial; as mudanças nos transportes e comunicações são inúmeras; o aperfeiçoamento e adoção de novas formas de organização capitalista e a extensão da industrialização à Europa Central e Oriental e ao Extremo Oriente são também marcas desses tempos. Nesta fase da industrialização, os transportes ferroviários desenvolveram-se rapidamente, o que virá facilitar a aquisição de matéria-prima e a distribuição dos produtos. As distâncias tornam-se mais curtas, facilitando a concorrência e acabando com o isolamento de certas regiões. Com o aumento da produção de ferro, que continua a crescer na segunda metade do século XIX, e o incremento da indústria siderúrgica, assiste-se a um forte desenvolvimento, produção de maquinaria, de meios de transporte e da engenharia civil; o caminho de ferro torna-se importante. Por volta de 1840 foram construídos muitos quilómetros de linhas férreas pelo Mundo. Cerca de 1850, as redes ferroviárias da Grã-Bretanha e da Bélgica estavam todas concluídas e na Alemanha a maior parte das linhas ferroviárias tinham já sido construídas. Entre 1850-60, em França registou-se um crescimento na construção de linhas com o impulso do governo de Napoleão III. Os caminhos de ferro construídos entre 1840-60 já abrangiam as regiões mais desenvolvidas, o que constituía um bom negócio. Fora da Europa, os caminhos de ferro penetraram e modificaram rapidamente os espaços: nos EUA, no Japão e na Rússia, onde a linha do transiberiano e transcaucasiano tornou possível a este país conhecer e explorar muitos dos seus recursos naturais. Em 1857, na Rússia os caminhos de ferro ligavam já Moscovo a São Petersburgo e, em 1862, São Petersburgo a Varsóvia e Moscovo a Novogrado. Moscovo encontrava-se, assim, rodeada por estas linhas. A ideia de que os caminhos de ferro podiam povoar os desertos e aumentar a riqueza nas zonas pobres levou a que estes fossem considerados um assunto da máxima importância para os respetivos Estados. A construção das linhas permanece até à Primeira Guerra Mundial como a primeira causa da exportação de capitais, pois funcionava como instrumento de valorização dos novos territórios. Entre 1891 e 1903 foram construídas as linhas intercontinentais. Os EUA já tinham construído cinco linhas transcontinentais, entre 1864 e 1890, entre o Atlântico e o Pacífico. Estes transcontinentais desempenham um papel muito importante no povoamento e aproveitamento de grandes espaços, tal como acontecera com o transiberiano, construído a partir de 1891. Em outras regiões iniciam-se novas redes ferroviárias: China, América Latina e colónias africanas. Na Europa, as vias férreas tentam numa primeira fase estabelecer os eixos nacionais. Ex.: Paris/Bruxelas; Antuérpia/Colónia; Frankfurt/Bâle; Viena/Praga/Berlim. Na segunda fase lançam-se as vias regionais que entroncam em grandes eixos. Numa terceira fase abrangem as vias secundárias que ligam as localidades mais isoladas. Os caminhos de ferro exigiam um grande investimento de capitais, o qual só foi possível graças à sua grande concentração nas mãos de sociedades modernas e empreendedoras. A construção dos caminhos de ferro, após os meados do século XIX, deveu-se ao aumento da procura de transportes, resultante da expansão industrial. Foram os próprios industriais que subsidiaram os primeiros investimentos. Chegou-se a recorrer à poupança nacional através da emissão de ações e obrigações. Os lucros que provinham da exploração dos caminhos de ferro atraíram o investimento privado. Assim, o Estado interferia cada vez mais neste domínio. No caso da Bélgica, os caminhos de ferro eram divididos entre o Estado e uma companhia privada, procurando o Estado salvaguardar os interesses nacionais relativamente aos estrangeiros, e deter o tráfego entre a Europa Central e o mar do Norte. Em França, a participação estatal teve muita importância no crescimento da rede ferroviária, já que tinha a seu cargo as despesas mais avultadas e só depois concedia a exploração a companhias privadas que no entanto ficavam sujeitas ao controlo estatal. Na Alemanha, os caminhos de ferro desenvolveram-se através da iniciativa privada e estatal. Na Grã-Bretanha e nos EUA, nos anos de 1860-1870 os privados tiveram um papel importante na expansão dos caminhos de ferro. A partir do final do século XIX, todos os países se empenharam no controlo direto das linhas ferroviárias, acabando por nacionalizar as companhias privadas. Sublinhe-se que a expansão do caminho de ferro não pode ser dissociada da navegação a vapor, tanto em rios como no mar. Ficava mais barato enviar as mercadorias por mar do que por terra. Assim, o crescimento da economia da Inglaterra, na segunda metade do século XVIII, foi estimulado pelo tráfego intenso que se regista nos canais e nas rotas marítimas. Porém, o transporte das mercadorias por mar tinha também os seus inconvenientes. O transporte por rio tornava-se mais seguro e mais barato. Em 1838, quatro vapores britânicos atravessaram o Atlântico. A dinamização da navegação a vapor teve o seu impulso, principalmente, depois de meados do século XIX, devido aos progressos técnicos que permitiram reduzir o consumo do carvão, aumentar a tonelagem e a rapidez. Contudo, a expansão da navegação a vapor foi muito lenta já que a Inglaterra, onde se verificaram estes progressos, tinha uma grande frota de veleiros. Por outro lado, este tipo de navegação acarretava problemas quanto ao seu abastecimento, pois a máquina a vapor consumia muito combustível, tornando impossível o seu transporte. Por outro lado, a velocidade das embarcações a vapor não era vantajosa em relação aos veleiros. A partir de 1860, a aplicação da máquina Compound à navegação permitiu economizar combustível e fazer triunfar a navegação a vapor, isto é, procedeu-se à substituição da roda por uma hélice, que fez aumentar a sua velocidade. Por outro lado, o emprego do ferro na construção naval permitiu o aumento do tamanho dos steamers e da sua tonelagem. Assim, as vantagens do vapor sobre os veleiros tornaram-se mais do que evidentes nos finais do século XIX. Nesta altura, surgem os primeiros petroleiros a vapor e o barco "frigorífico" para transporte de mercadorias que se estragavam facilmente. Porém, os veleiros subsistem até 1890 sendo utilizados em distâncias longas. A partir de 1830, o vapor impõe-se também na navegação interior, possibilitando por um lado encurtamento das distâncias e permitindo por outro o aumento da tonelagem. No entanto, o desenvolvimento da navegação a vapor e o facto de se querer reduzir as distâncias entre o Ocidente e o Oriente levou à construção dos canais de Suez e do Panamá. Por exemplo a abertura do canal de Suez, em 1865, permitiu encurtar a distância entre a Europa e a Ásia, fomentando as relações comerciais entre estes dois continentes. A rota do Cabo, velha de 400 anos, era assim secundarizada, poupando-se 9000 km através do Suez. A abertura destes canais permitiu exercer um papel muito importante na navegação oceânica e no comércio intercontinental, diminuindo as distâncias e reduzindo o preço do frete. Por outro lado, o aumento do tamanho das embarcações e da sua tonelagem, possibilitado pelo vapor e pelo uso do ferro na construção naval, tornou necessário melhorar os portos marítimos. Os reflexos do caminho de ferro e da navegação a vapor na economia e geografia dos países possibilitaram o alargamento dos mercados e o aumento das atividades, estando ligada a estes a expansão de novos países como os EUA, Argentina, Austrália e Rússia para a Sibéria. Estas duas invenções ou inovações provocaram também um aumento da concorrência, devido à descida das tarifas.

GEORGE STEPHENSON

Inventor britânico, nascido em 1781 e falecido em 1848, oriundo de uma família pobre, começou a trabalhar ainda criança, estudando na escola noturna.
 Depois de ter trabalhado em diversos sítios, esteve nas minas de Killingworth, onde começou a pensar em criar uma locomotiva a vapor que se deslocasse sobre trilhos. 
Daí que, em 1814, tenha surgido a Blucher, uma locomotiva que mais tarde foi aperfeiçoada. Mineiro pobre e autodidata, Stephenson revolucionou, desta forma, os transportes, possibilitando a construção da infraestrutura sobre a qual se fez a Revolução Industrial, ao inventar a locomotiva a vapor e definir o traçado das primeiras estradas de ferro

JAMES WATT

Inventor escocês, nascido em 1736 e falecido em 1819, que prestou um grande contributo à Revolução Industrial com o seu desenvolvimento da máquina a vapor.
Separou o condensador do cilindro e introduziu ainda outros aperfeiçoamentos de menor importância. Foi eleito membro da Royal Society de Londres em 1785.
Deu o seu nome à unidade de potência elétrica do Sistema Internacional de Unidades, o watt.

MÁQUINA A VAPOR

A máquina a vapor de James Watt
No final do século XVII, Thomas Savery utilizou uma máquina a vapor pela primeira vez para retirar água de poços de minas. Esta máquina permitia transformar a energia armazenada no vapor quente em energia utilizável e preconizava a utilização intensiva desta fonte de energia na indústria, substituindo o aproveitamento da energia eólica e hídrica, dependente das condições meteorológicas e portanto imprevisível. Esta substituição progressiva esteve na origem da Revolução Industrial, ao modificar profundamente os meios de transporte.Na máquina de Savery, o vapor, proveniente de água aquecida até à ebulição numa caldeira, entrava numa câmara. Esta câmara, depois de fechada a entrada de vapor, era arrefecida por aspersão com água fria, o que provocava a condensação do vapor no seu interior. O vácuo criado desta forma era então aproveitado para puxar água da mina. Várias modificações foram introduzidas, incluindo o acoplamento de um cilindro e de um êmbolo, por Newcomen, até que, em 1763, James Watt concluiu que o rendimento energético aumentaria significativamente se a condensação do vapor decorresse no exterior do cilindro, ou seja, se o aquecimento e o arrefecimento se fizessem em zonas distintas. Em conjunto, estas inovações permitiram a aplicação da máquina a vapor à indústria e aos transportes, dando um grande contributo para a Revolução Industrial. Foi somente no final do século XIX que Charles Algernon Parsons apresentou a turbina a vapor, que além de apresentar um melhor rendimento produzia diretamente um movimento rotativo, o que evitava o recurso a complicados sistemas de transmissão para transformar o movimento de vaivém do pistão em movimentos rotativos. Embora a máquina a vapor tenha tido uma extensa utilização, já é praticamente impossível encontrar este tipo de mecanismo. No entanto, a geração de eletricidade em centrais termoelétricas ou nucleares é feita recorrendo à produção de vapor, que depois circula numa turbina acoplada a um gerador.

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL


Revolução Industrial Termo utilizado por alguns historiadores para designar o conjunto das transformações tecnológicas e industriais que, de forma radical, ocorreu entre cerca de 1730 e 1850 na Inglaterra, alastrando, no decurso do século XIX, ao continente europeu, América do Norte e Japão. A Inglaterra, nação pioneira, passaria, tal como os seus sucedâneos, de um país agrícola a uma sociedade industrializada. Esta expressão traduz também uma evolução em termos de regime de produção, com a passagem da manufatura para a maquinofatura, com todas as suas alterações e avanços técnicos.Porquê a Inglaterra como primeiro país a encetar toda esta transformação? A resposta a esta questão conduz-nos, simultaneamente, à clarificação daquilo que foi a Revolução Industrial. De facto, aquele país reunia um conjunto de condições e fatores que possibilitaram o desencadear deste fenómeno. Primeiramente, atravessava uma Revolução Agrícola, de que colhia já os primeiros dividendos. Possuía, por isso, uma agricultura produtora de matérias-primas estratégicas (como lã e linho) e de recursos alimentares, gerando capitais (a sua acumulação criará bases para potenciais investimentos na atividade nascente) e fornecendo à indústria mão de obra, que se tornaria excedentária nos campos devido à mecanização. Existia também, neste país, uma tradição manufatureira ligada à lã que, tal como o algodão, a juta e o cânhamo coloniais, contribuía para a diversificação da antiga "indústria" têxtil inglesa. Havia já, portanto, um certo grau de especialização e evolução técnica na mão de obra nacional, mentalmente preparada e adaptada a uma evolução mais rápida do seu tecido produtivo (maior quantidade e melhor qualidade, mais rapidez).O vasto império colonial inglês, em fase de expansão (na Oceânia, na Ásia e em África), origem de avultadas somas de dinheiro, era uma fonte abastecedora de matérias-primas (algodão e minerais, por exemplo) e também um mercado potencial para as produções britânicas. A par desta dinâmica produtiva e comercial, ativadora da circulação de produtos e capitais, afigurava-se também o mercado europeu como fator de incentivo à produção industrial e agrícola inglesa.Para além daqueles condicionalismos económicos, existiam outros fatores de primordial importância para o eclodir da industrialização em Inglaterra. As inovações de carácter técnico e científico - de que se destacam a máquina de cardar de Richard Arkwright, em 1733, a máquina a vapor de James Watt, em 1777, e o tear mecânico de Cartwright, em 1785 - são um desses fatores, eles próprios gerando indústria ou possibilitando avanços noutras áreas produtivas. As condições naturais ou geográficas concorreram também na conjugação das condições necessárias para o arranque deste processo em Inglaterra: a existência de carvão (esta primeira fase industrial chamar-se-á mesmo "do carvão") e ferro em abundância no subsolo britânico e de rios (perto das minas) foi uma das bases desta mutação. Bons portos, canais e condições de transporte secundaram as capacidades naturais da Inglaterra no século XVIII, facilitando o escoamento e a circulação de produtos, para além das trocas internacionais ou coloniais. Alguns historiadores referem a Revolução Industrial inglesa como servindo de ponto de partida para uma denominada revolução dos transportes, visível quer na construção de uma rede de canais quer na construção contínua de milhares de quilómetros de caminhos de ferro, principalmente no século XIX.O poder político contribuiu, igualmente, para este arranque industrial inglês, através da existência de um regime parlamentarista baseado na nobreza (agrária) e na burguesia (mercantil e manufatureira), ambas extremamente empreendedoras e economicamente ativas, potenciais investidoras e interessadas no desenvolvimento industrial da nação. A criação de medidas tendentes a um liberalismo económico dotará a Revolução Industrial de uma base política e legislativa favorável à criação de fábricas e ao estabelecimento de circuitos de produção e distribuição, para além de um protecionismo e apoio nacionais amplos. Paralelamente à Revolução Industrial - e a ela estreitamente ligada, como causa ou efeito - assiste-se a uma revolução demográfica, assinalada pela descida da taxa de mortalidade e até pelo aumento da natalidade, devido às melhorias nas condições sanitárias e de nível económico das populações, bem como aos avanços científicos. Tudo isto resultará num aumento da população, o que significa um acréscimo de mão de obra, necessária à industrialização crescente da Inglaterra. Esta mão de obra fixar-se-á principalmente nas regiões industrializadas junto de minas de carvão e ferro, dando origem a povoações que rapidamente se transformarão em cidades ou crescerão em tamanho e importância económica. Newcastle, Manchester, Birmingham, entre outras, são exemplos conhecidos desse fenómeno de urbanização da Grã-Bretanha devido à Revolução Industrial. Porém, todo esse crescimento criará zonas de miséria e degradação urbana, para além de um excedente de mão de obra que se traduzirá em desemprego, marginalidade e deterioração das condições de vida nas cidades, nomeadamente nos arrabaldes. A industrialização avançará, no século XIX, para além da Mancha e do Atlântico, conquistando cada vez mais países ao novo regime de produção e a todos os dividendos materiais e políticos que dele advinham. A França (1830-40) será o primeiro país, depois da Inglaterra, a encetar uma Revolução Industrial, seguindo-se os EUA (começam entre 1846 e 1865, mas será após a Guerra da Secessão que conhecerão a pujante industrialização do país, aproveitando as imensas riquezas do subsolo e as potencialidades económicas da nação), a Alemanha (1850), a Suécia (1870), o Japão (1880), a Rússia (1890), o Canadá e a Austrália, a partir de 1900. Estas datas referem-se a momentos em que historicamente se pode comprovar em concreto a existência de um esforço e de uma política nacional de aproveitamento de condições propícias ao desenvolvimento industrial. A economia destes países não mais deixará de depender da indústria e de todas as mutações que ela originou, atingindo todos os domínios de vida: mentalidade, cultura, quotidiano, trabalho...Industrializar significava cada vez mais desenvolver, enriquecer, criar condições e padrões de vida elevados, em oposição aos países que mais tardiamente - ou nunca - enveredaram por uma revolução industrial. Realça-se cada vez mais o fosso entre países ricos e pobres, industrializados e não industrializados. A partir da Revolução Industrial, talvez a mais profunda transformação que jamais afetou a Humanidade desde o Neolítico, as economias nacionais passam a poder, cada vez mais, distribuir ou fornecer bens e serviços (multiplicando-os ininterruptamente até hoje) a um número cada vez maior de pessoas. Fenómeno amplo, gerador de um crescimento irreversível, a Revolução Industrial alterará gradualmente as regras de mercado e de iniciativa individual, as tecnologias, e a atitude do homem perante o trabalho e a economia.

domingo, 29 de julho de 2012

BARROCO versus NEOCLASSICISMO


BARROCO versus NEOCLASSICISMO
No século XVII nasceu em Itália um novo estilo artístico, o BARROCO, que veio a difundir-se por toda a Europa, principalmente no Sul, ao longo do século XVIII.
O Barroco é um estilo de arte e arquitetura que posteriormente se expandiu para a literatura, o teatro e a música. Foi criado por Borromini, na Itália em meados do século XVI e durou até o século XVIII
Este nome vem do termo Francês barroque - que significa bizarro, esquisito, extravagante.
Há uma outra versão conhecida para o significado de barroco: dizem também que significa "pérola irregular" ou "pérola deformada"!

ARQUITETURA
Curvas irracionais (curvas e contracurvas) # Linhas rectas, ângulos rectos
Relações livres das dimensões # Simetrias, proporções matemáticas
Ordem colossal, estende-se por vários andares # Uma ordem por andar
Exagero ornamental # Sobriedade ornamental nas superfícies e planos
Ilusões de óptica utilizando a perspectiva e planos assimétricos e gosto pelo espetacular # Planos simétricos e uso de cúpulas, frontões triangulares
Plantas ovais e em elipse # Plantas em cruz grega
Arquitectos barrocos:
Borromini
Bernini-Italiano
Ludovice
Nicolau Nasoni

ESCULTURA
Sensação do movimento (Movimento) # Imitação da Antiguidade
Volume: exuberância nas formas # Atitudes simples, vestes pendentes
Anjinhos balofos  # Anjinhos sóbrios
Expressões teatrais e expressão de sentimentos através de um dramatismo invulgar  # Sentimentos serenos e calmos
As esculturas barrocas mostram faces humanas marcadas pelas emoções, principalmente o sofrimento. Os traços se contorcem, demonstrando um movimento exagerado. Predominam nas esculturas as curvas, os relevos e a utilização da cor dourada.
Escultores barrocos:
Bernini-Italiano
Machado de Castro

PINTURA
Tema da vida familiar, vulgar, natureza morta # tema nobre, inspirado na Antiguidade
Composição com numerosas personagens # Composição sóbria, poucas personagens
Atitudes movimentadas e irracionais  # Atitudes calmas e racionais
Paisagens pitorescas, muitas vezes desprovidas de personagens # Paisagens equilibradas e animadas de personagens inspiradas na mitologia
Dramatismo das personagens e cenas # Exatidão de contornos
Contrastes de cor, luz e sombra # Harmonia do colorido nas pinturas
As obras dos artistas barrocos europeus valorizam as cores, as sombras e a luz, e representam os contrates. Os temas principais são: mitologia, passagens da Bíblia e a história da humanidade. As cenas retratadas costumam ser sobre a vida da nobreza, o quotidiano da burguesia, naturezas-mortas entre outros
Pintores barrocos
Caravaggio: Italiano:
Rembrandt-holandês  

Vermeer: holandês 
Rubens-flamengo
Velásquez-espanhol
Murillo-espanhol
Vieira Lusitano-português
Pintores neoclássicos:
Jacques Louis David- (francês, 1748-1825):
Dominique Ingres -(francês, 1780-1867)

DECORAÇÃO
Decoração sumptuosa com um horror ao vazio # Decoração sóbria
Voluntariamente abundante, relevos supérfluos #  Sóbria, raramente sai do plano
Uso da Talha Dourada e Uso de Azulejo-barroco


 LITERATURA 
Culto do contraste: o dualismo barroco coloca em contraste a matéria e o espírito, o bem e o mal, Deus e o Diabo, céu e a terra, pureza e o pecado, a alegria e a tristeza, a vida e a morte. Gosto pela grandiosidade: característica comum expressa com o auxilio de hipérboles, ou seja exageros, figura de linguagem que consiste em aumentar exageradamente algo a que se está referindo. 
 MÚSICA
 Nessa época que a música toma grandes proporções e atinge a igualdade. Os ilustres génios dessa arte se sobressaem, tornando-a cada vez mais bela. A partir disso, nascem os ritmos instrumentais, tocados por Antonio Vivaldi, Johann Sebastian Bach, Domenico Scarlatti e outros. A suíte e o concerto surgem juntamente A partir da influência da música barroca, um novo género nasceu: um drama cantado, as notáveis óperas As sonatas são músicas instrumentais que, no Barroco, eram escritas para os músicos solistas de instrumentos de cordas ou sopro, que decorria acompanhada do baixo contínuo – característica criada na música barroca. Diferente das sonatas do Classicismo que eram utilizadas para solos de pianos e normalmente dividida em dois temas iniciais, um desenvolvimento e mais dois temas finais. Os principais músicos da arte barroca foram, na passagem entre o século XVI e XVII, na Alemanha, o ilustre Heinrich Schüz, Samuel Scheidt, Michael Praetorius e outros. No século XVIII, Johann Sebastian Bach – um dos maiores músicos da história, George Friedrich Händel. Na Itália, o violinista Antonio Vivaldi, que criou vários concertos, entre eles, o famoso 'As Quatro Estações'. Ainda na Itália, Claudio Monteverdi, escritor de óperas e 'pai da ópera', foi o responsável pela difusão e popularidade desse género dramático cantado. Outros dois famosos compositores da música barroca são os italianos, Domenico Scarlatti, ícone da música para cravo, e Arcangelo Corelli. A França também revelou alguns artistas na música barroca e foi Jean-Baptiste Lully foi quem levou o género "ópera" para o país. Jean-Philippe Rameau fez algumas obras para cravo e François Couperin foi um autor de peças de teatro de cunho religioso. Em Portugal e no Brasil, a música barroca foi manifestada através de poucos compositores. António José da Silva, conhecido como o Judeu, produziu obras que ganharam as trilhas sonoras de Antonio Teixeira. Os lusitanos, Francisco Antônio de Almeida e João Rodrigues Esteves, desenvolveram o trabalho com as óperas. Carlos Seixas produziu cerca de 700 sonatas, entre elas 'Abertura em Ré Maior', 'Sinfonia em Si bemol Maior' e um 'Concerto para cravo e orquestra em Lá Maior'. clássica é a música composta entre 1750 e 1810, que inclui a música de Haydn, Mozart, Beethoven e outros
BARROCO- Estilo artístico que predominou na Europa do século XVII, até meados do século XVIII (também exportado para a América Latina). É caracterizado por uma liberdade de movimento (curva e contracurva), a par de um fundo dramático e emocional. O exagero ornamental. Os artistas barrocos pretendiam impressionar os fiéis mediante o luxo das construções e a magnificência da decoração (fobia ao vazio).
Leva ao ROCÓCÓ ( barroco final e exagerado)
A exuberante decoração das igrejas barrocas, o luxo dos materiais utilizados e a exaltação das esculturas de figuras religiosas serviam os interesses da Contra-Reforma.
A beleza das igrejas barrocas atraía os fiéis, servindo de instrumento de combate ao Protestantismo.

NEOCLASSICISMO- A corrente seguinte - Estilo artístico que se divulgou na Europa do século XVIII como continuação ou como regresso às características da arte renascentista; na sobriedade e na harmonia das linhas e das formas.


FILOSOFIA
ILUMINISMO:- Corrente filosófica que se desenvolveu na Europa no século XVIII (século das Luzes) e que se caracterizou por uma crítica à autoridade (política e religiosa) e por uma afirmação da liberdade da confiança na RAZÃO e no progresso da ciência como meio de atingir a felicidade humana.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS:
-Primazia da RAZÃO na construção do pensamento
-Defesa do liberalismo político:
Soberania popular (Jean-Jacques Rousseau, no livro “Contrato Social”)
Divisão Tripartida (Montesquieu, no livro “Espírito das Leis” separação e independência dos poderes:
Poder LEGISLATIVO: fazer leis na Assembleia:
Poder EXECUTIVO: aplicar as leis pelo rei e ministros:
Poder JUDICIAL: de julgar-Tribunais
Igualdade dos cidadãos (Rousseau)
- Separação entre a Igreja e o Estado: Tolerância, Liberdade e anticlericalismo (Voltaire no seu livro “Cartas Filosóficas))
Meios difusores dos ideais iluministas:
-ACADEMIAS
-ENCICLOPÉDIAS (Diderot e D´Alembert)
-MAÇONARIA
-CAFÉS
-SALÕES
-ESTANGEIRADOS

CIÊNCIA E TECNOLOGIA-Matematização das ciências
-Método experimental
1ª fase: Observação dos factos (fenómenos)
2ª fase: Levantamento de um problema
3ª fase: Formulação de uma hipótese
4ª fase: Experimentação
Conclusão: LEI
-

Inventores e invenções:
Galileu Galilei: Luneta
ISAAC NEWTON: -Movimento dos corpos.-Gravidade
PASCAL e TORRICELLI- Propriedades do ar
HARVEY- Grande circulação do sangue
GALVANI e VOLTA –Pilha
LINEU- Classificação das espécies vegetais e animais
BENJAMIN FRANKLIN- Pára-raios
LAVOISIER- Composições químicas
DESCARTES- filosofia:racionalismo
DENNIS PAPIN: Força do vapor JAMES WATT. Máquina a vapor
BARTOLOMEU GUSMÃO: A Passarola Voadora
IRMÃOS MONTGOLFIER: Balões de ar aquecido-aeróstatos.
-Nova força motriz(VAPOR) –Máquina a vapor de JAMWES WATT-1769)

TEORIAS DEMOGRÁFICAS

A Demografia é a ciência que estuda as características das populações humanas e exprime-se geralmente através de valores estatísticos. As características da população estudadas pela demografia são inúmeras e incluem o número de pessoas, a sua distribuição por sexo e escalões etários, a distribuição espacial, a mobilidade, entre muitas outras.
A demografia é o estudo das populações humanas, que incide sobretudo na avaliação do respetivo volume, composição, distribuição e mudanças. Está relacionada com a geografia humana, ciência que estuda a relação entre as variações geográficas e o volume, composição, movimento e aumento das populações. As informações básicas para os estudos demográficos provêm, sobretudo, dos recenseamentos periódicos da população e de outros censos, levantamentos e registos de migrações. Estes estudos têm como base fundamental para o seu trabalho os dados estatísticos que são recolhidos, à escala de cada país, pelos respetivos serviços de estatística. Os serviços de estatística procedem a contagens regulares e periódicas da população e, através da análise do comportamento dessa mesma população, fazem previsões e extrapolações que permitem a atualização dos dados recolhidos. As operações de contagem da população são os recenseamentos (ou censos), que se realizam geralmente de 10 em 10 anos. Os inquéritos estatísticos elaborados por demógrafos e geógrafos podem fornecer dados valiosos acerca das populações do passado, do presente e do futuro, revestindo-se, pois, de máxima importância. Senão, vejamos: à escala individual, permitem compilar as tabelas de duração de vida que vão servir, por exemplo, de referência às companhias seguradoras para atribuição de seguros aos diversos segurados; a uma escala mais genérica, permitem aos governos a planificação das novas situações nacionais, sociais e outras, suscetíveis de determinarem as mudanças de população; finalmente, à escala global, as estatísticas permitem, entre muitas outras finalidades, aos organismos das Nações Unidas vaticinarem alterações na procura mundial de recursos essenciais. No entanto, a demografia é muitas vezes reduzida à "estatística", no sentido original do termo, ao levantamento quantitativo da dimensão, composição e movimento da população. Ora, os demógrafos que pretendem passar da descrição à explicação (à ciência, portanto) referem que só analisando os princípios e as teorias das ciências sociais como a sociologia e a economia é possível indicar os aspetos demográficos das condutas - sugerindo-se, por vezes, ser preferível falar em sociologia da população.


Teorias Demográficas

Teoria Malthusiana
Malthus afirmava que população cresceria em progressão geométrica (1,2, 4, 8, 16, 32, 64...) enquanto a produção de os alimentos em progressão aritmética (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7...).
Para Malthus a pobreza era gerada a partir do crescimento demográfico.
Nos países que se industrializaram, a produção de alimentos aumentou e a população que migrava do campo encontrava na cidade uma situação socioeconômica e sanitária muito melhor. Assim, a mortalidade se reduziu e o índice de crescimento populacional tenderia a seguir um ritmo de progressão geométrica, a produção de alimentos cresceria segundo uma progressão aritmética. Assim, a população tenderia a crescer além dos limites de sua sobrevivência, e disso resultaria a fome e a miséria.
Diante dessa constatação e para evitar uma catástrofe, Malthus propôs uma “restrição moral” aos nascimentos, o que significaria: proibir o casamento entre pessoas muitos jovens; limitar o número de filhos entre as populações mais pobres; elevar o preço das mercadorias e reduzir os salários, a fim de pressionar os mais pobres; elevar o preço das mercadorias e reduzir os salários, a fim de pressionar os mais humildes a ter uma prole numerosa.
Ao lançar suas idéias, Malthus desconsiderou as possibilidades de aumento da produção agrícola como o avanço tecnológico. Aos poucos esta teoria foi caindo em descrédito de desmentida pela própria realidade.

Bases da Teoria de Malthus:
  •     O individuo só deveria casar se para isso não tivesse que diminuir seu padrão de vida
  •    O individuo só deveria ter o número de filhos que pudesse sustentar sem o auxilio do Estado.
  •     Após conceber os filhos sustentáveis deveria praticar abstinência.
  •   Malthus era pastor protestante e defendia o princípio bíblico da não utilização de anticonceptivos.
Thomas Malthus – Séc. XVIII e XIX – Revolução Industrial
Thomas Malthus Economista e demógrafo inglês nascido em 1766 e falecido em 1834. Tornou-se conhecido graças à elaboração de uma teoria segundo a qual o aumento da população devia ser controlado. Esta ideia assentava em duas premissas: por um lado, Malthus advogava que o crescimento da população punha em risco o progresso da Humanidade; por outro, entendia que nunca seria possível produzir elementos em quantidade suficiente para sustentar toda a população. Este pensamento deu origem a uma corrente doutrinária conhecida por malthusianismo. A obra central de Malthus é An Essay on the Principle of Population as it Affects the Future Improvement of Society (1798).
Neomalthusianos
(a partir de 1950. Explosão demográfica - planeamento familiar).
A segunda aceleração do crescimento populacional ocorreu a partir de 1950, particularmente nos países subdesenvolvidos.
Esse período, imediatamente posterior à Segunda Guerra Mundial, foi marcado pelo surgimento de novos países independentes africanos e asiáticos e por grandes conquistas na área da saúde, como a produção de antibióticos e de vacinas contra uma série de doenças. Os remédios se tornaram mais acessíveis e baratos. Esse processo denominado revolução médico sanitária, inclui também a ampliação dos serviços médicos, as campanhas de vacinação, a implantação de postos de saúde publica em zonas urbanas e rurais e a ampliação das condições de higiene social. Estes fatores resultariam num grande crescimento demográfico, que atingiu seu apogeu na década de 1960 e ficou conhecido como explosão demográfica.
Para os Neomalthusianos, uma população numerosa seria um obstáculo ao desenvolvimento e levaria ao esgotamento dos recursos naturais, ao desemprego e à pobreza. Enfim ao caos social. A desordem social poderia levar os países subdesenvolvidos a se alinhar com os países socialistas, que se expandiam naquele momento. Para evitar o risco propunham a adoção de políticas de controle de natalidade, que se popularizavam com a denominação de planeamento familiar.
Neomalthusianista – Adiciona o uso de métodos anticoncepcionais. E o planeamento familiar.

Teoria reformista ou marxista
Sobrevivência do capitalismo exige um excesso relativo de população.
Seguidores do filosofo socialista Karl Marx, os teóricos desse pensamento afirmam que a causa da superpopulação é o modo de produção capitalista e que a sobrevivência do capitalismo, como sistema, exige um excesso relativo da população. Em outras palavras, ao contrario dos neomalthusianos, os reformistas consideram a miséria como a principal causa do acelerado crescimento populacional. Assim defendem a necessidade de reformas sócio-econômicas que permitam a melhoria do padrão de vida da população mais pobre.
Marxistas ou reformistas – A questão está na má distribuição de renda.

A transição demográfica
Em oposição às teorias descritas anteriormente, para as quais o mundo vive um processo de explosão demográfica, tem sido cada vez mais aceita a teoria da transição demográfica. Formulada em 1929, defende que o crescimento populacional tende a se equilibrar no mundo, com a diminuição das taxas de natalidade e mortalidade.
Esse processo se daria em três distintas fases:

  •    Primeira Fase ou Pré-Industrial: Caracterizada pelo equilíbrio demográfico e por baixos índices de crescimento vegetativo, apoiados em elevadas taxas de natalidade e mortalidade. Nascem muitos, mas morrem muitos. A elevada mortalidade era decorrente principalmente das precárias condições higiênico-sanitárias, das epidemias, das guerras, fome, etc.
  •     Segunda Fase ou transicional: Num primeiro momento a redução da mortalidade com o fim das epidemias e os avanços médicos (decorrentes da Revolução Industrial), porém a natalidade ainda sem mantém elevada, ocasionando um grande crescimento populacional; num segundo momento, a natalidade começa a cair, reduzindo-se então o crescimento populacional.
  •      Terceira Fase ou Evoluída: A transição demográfica se completa, com a retomada do equilíbrio demográfico, agora apoiado em baixas taxas de natalidade e mortalidade. Atualmente estão nessa fase os paises desenvolvidos, a maior parte dos quais apresenta taxas de crescimento inferiores a 1% e até negativa. Paises cujo crescimento vegetativo se encontra estagnado.